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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

5.1 CURAUÁ COMERCIALIZAÇÃO EM SANTARÉM



Santarém é uma cidade de grande importância para economia da região, atualmente vem se desenvolvendo economicamente com novos empreendimentos, que estão surgindo na região. O agronegócio da fibra natural constitui uma outra cadeia produtiva que vem ganhando importância na economia paraense, como resultado direto da ação governamental.
 Com a grande procura da fibra de curauá, a cada dia, a cultura ganha mais importância e valor comercial, o governo tem contribuído para isso através de diversos apoios e facilidades que vem oferecendo nesses últimos anos, tais como: a atração de empresas através de isenção fiscal que foi oferecida a Pematec Triangel, empresa paulista que compra e beneficia a fibra aqui na região de Santarém.
 O Pará possui 350 hectares plantados, produzindo 60 t/ha na região do Lago Grande, em Santarém, e mais 300 hectares pertencentes à empresa Pematec Triangel do Brasil, também em Santarém. A cultura é totalmente aproveitável, desde as folhas até os resíduos.
 Em outubro de 2003, quando os dirigentes da Pematec Triangel, uma indústria de componentes automobilísticos instalada em São Bernardo do Campo (SP), estiveram a alguns anos na Alemanha em busca de informações sobre uma fibra natural que pudesse ser utilizada em sua linha de produção, jamais imaginavam que os alemães pudessem indicar uma planta da Amazônia, até então utilizada apenas de forma artesanal pelos índios e caboclos ribeirinhos do interior do Pará. Da mesma família do abacaxi, o curauá, que produz uma fibra utilizada na fabricação de tecidos, papel e artefatos para a indústria automobilística, ganhou no início do ano de 2004, a sua primeira unidade industrial de processamento.
Leve e sem odor o curauá é uma fibra com resistência mecânica, leveza, suavidade ao toque, facilidade na composição com outras fibras e vasta gama de utilização na indústria automobilística. O chamado Projeto Curauá foi um investimento de R$ 47 milhões que envolveu, além dos recursos da própria empresa, financiamentos do Banco da Amazônia (Basa), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do governo do Pará, que também está concedendo incentivos fiscais.
Essa unidade veio com objetivo de transformar em mantas agulhadas a fibra do curauá, que serão então enviadas para a fábrica de Pematec em São Paulo, onde a empresa já utiliza essa fibra no revestimento de veículos do modelo Polo, da Volkswagen. Seu uso principal é na fabricação do porta-pacote do banco traseiro do veículo. São 300 carros por dia que já utilizam esse material. O curauá já está presente em outro lançamento da Volks, o Fox, com a incorporação de outras peças, como revestimento do teto e tampa do porta-malas.
 Segundo o sócio diretor da Pematec, Gilson Romanato,
Disse que o projeto tem dimensões incomensuráveis, tal a magnitude do mercado. Além da Volks, várias outras indústrias do setor já manifestaram interesse em conhecer o desenvolvimento de peças com a fibra do curauá, como a Mercedes Benz, General Motors, Ford, Fiat, Honda, Toyota, Renault e Scania. (Gazeta Mercantil-outubro/2003)
 De acordo com Romanato, há perspectiva de que somente o mercado automobilístico consuma algo em torno de 15 mil toneladas anuais. Mas outras áreas de produção, principalmente de papel e celulose, também deverão absorver a fibra do curauá. A lista de mercado em potencial é grande.
Segundo Roberto Lisboa, fabricante há oito anos de pranchas de surf:

Disse que testes feitos com o curauá misturado à resina de poliéster em pequena quantidade mostraram um material com resistência, leveza e firmeza, componentes ideais para que uma prancha possibilite manobras radicais. "Fabricar a prancha de curauá é uma questão de tempo".(Gazeta Mercantil/caderno A14  –outubro/2003)

Com o Projeto Curauá, o Pará fortaleceu sua base como grande produtor de fibras naturais para o mercado automobilístico. É que desde 2001, o Poematec, uma empresa paraense com nome muito parecido à paulista mais que é ligada a um projeto da Universidade Federal do Pará, fabrica em sua unidade em Ananindeua, na região metropolitana de Belém, artefatos de fibra de coco e látex, fornecida por oito unidades de processamento de fibras, administradas por cooperativas comunitárias paraenses.
 O Poematec fornece encostos de cabeça para veículos da Mercedes Benz. O secretário estadual de produção, Sérgio Leão, destacou que esses projetos são importantes dentro da política de desenvolvimento do Estado porque envolvem setores da sociedade que dificilmente seriam absorvidos por outros produtos de escala industrial. Tanto o aproveitamento da fibra do coco como do curauá envolve basicamente a agricultura familiar. O Projeto Curauá de Santarém, por exemplo, deverá gerar em torno de 4.000 empregos diretos e indiretos, envolvendo cerca de 1.000 famílias de pequenos agricultores da região conhecida como Lago Grande, em Santarém.
 O grupo Pematec Triangel estima o processo de expansão dos clientes, que deverá demandar, somente para o mercado nacional, a produção de 15 mil toneladas de fibra por ano.  A expectativa é que o faturamento da empresa chegue a R$ 50 milhões até  2005.  Depois do mercado interno, os potenciais clientes da indústria virão de países como Alemanha, Espanha e México.

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